Escrita por Benedito Ruy Barbosa e dirigida por Jayme Monjardim, Carlos Magalhães, Marcelo de Barreto e Roberto Naar.
A novela foi produzia pela extinta Rede Manchete e conta a história de José Leôncio, fazendeiro do Pantanal, que em viagem para o Rio de Janeiro se apaixona por uma jovem fútil, mimada e multi-milionária de nome Madeleine. José Leôncio se casa com ela, a leva para o Pantanal e a engravida. Mulher da cidade grande, Madeleine não se adapta ao mundo rural, à rude vida pantaneira e à rotina de peão do marido. Durante uma das viagens de Zé Leôncio em comitiva, levando gado para a venda, ela foge grávida, quase dando a luz, de volta para a cidade do Rio de Janeiro.
Amargurado, Zé Leôncio tenta em vão recuperar o menino, que acabara de nascer, mas acaba concordando em deixá-lo com a mãe na cidade grande. Passa a viver então com Filó, sua empregada e ex prostituta, com quem já tinha um filho, Tadeu.
Vinte anos depois, o filho legítimo, Jove (Joventino), finalmente descobre que o pai está vivo, ao contrário do que a mãe lhe tinha contado, e decide visitá-lo. Mas o choque cultural é grande e os dois têm sérias dificuldades para se entender.
Sentindo-se rejeitado pelo pai, que acha que o filho é afeminado, e ridicularizado pelos peões por causa de seu jeito de moço da cidade, Joventino decide retornar ao Rio, mas leva consigo Juma Marruá, moça criada como selvagem pela mãe até a morte desta, assassinada por encomenda numa trama paralela de vingança entre posseiros de terras e vítimas de grilagem. Tal como a mãe, comenta-se no Pantanal que Juma se transforma em onça. Passado um tempo no Rio, onde o choque cultural é agora sofrido por Juma, Joventino retorna ao Pantanal para não ter que se separar de sua "onça" amada. Desta vez, ele está disposto a se adaptar ao estilo de vida local.
Jove começa a se acertar com o pai e com Juma e vai se transformando num autêntico peão pantaneiro, surpreendendo a todos continuamente.
A história tem ainda um lado sobrenatural, baseado no fascinante folclore da região: os principais personagens, com exceção de José Leôncio, frequentemente se deparam com uma figura conhecida como "O Velho do Rio", um curandeiro idoso que cuida das pessoas atacadas pela boca-de-sapo, uma cobra venenosa, ou que simplesmente se perdem na extensão do Pantanal. O povo acredita que se trate do pai de José Leôncio, o desaparecido peão Joventino, de quem o neto Jove herdou o nome. Além do Velho do Rio e da história de Juma Marruá como onça, uma terceira trama sobrenatural enriquece a novela: a figura do misterioso peão Trindade, que teria um pacto com o diabo, ou seria ele próprio a encarnação do diabo.
No decorrer da trama, José Leôncio descobre a existência de um terceiro filho seu, na verdade o primeiro dos três: José Lucas de Nada, fruto do primeiro relacionamento sexual dele com a prostituta Generosa de Nada, em um prostíbulo de Goiás para o qual fora levado pelo pai ao completar quinze anos de idade a fim de "mostrar que era macho".
A saga da família Leôncio inclui, finalmente, o complicado relacionamento com o fazendeiro vizinho, Tenório, cujo passado como grileiro de terras o liga às tragédias familiares de Juma e seus pais, bem como de outros peões e agregados tanto da fazenda de José Leôncio como do próprio Tenório. O mau-caratismo deste e sua inclinação a vinganças covardes porá em risco em diversas circunstâncias a família de José Leôncio. Por sua vez, Tenório também estará na mira de forasteiros que vieram de longe em busca de vingança contra o homem que destruiu a vida e os bens de seus pais.
Durante anos, a novela ficou engavetada na Central Globo de Produções, à espera de uma decisão se seria produzida ou não. Em 1990, a Manchete contrata seu escritor, Benedito Ruy Barbosa, que finalmente realiza seu sonho, obtendo estrondoso sucesso e superando a até então imbatível Rede Globo. Na época, Pantanal concorreu com Rainha da Sucata e bateru recordes de audiência.
Além disso, a Manchete contrata também uma grande leva de atores globais, como Cláudio Marzo, Cássia Kiss, entre outros e mistura com revelações da teledramaturgia brasileira, como Cristiana Oliveira e Marcos Winter.
O folhetim estreiou um novo formato de novelas, com cenas longas de paisagens e animais sob uma música suave mostrando todo o encanto natural do Pantanal matogrossense. Além disso, a emissora não se poupava em mostrar cenas de nudez dos personagens, inclusive nudes frontal de homens.
Depois de provar que suas histórias também mobilizavam a audiência no horário nobre, o autor Benedito Ruy Barbosa, que na Globo só recebia o horário das 18h, retornou à casa em 1993 para escrever, finalmente, uma novela das oito global: Renascer, outro grande sucesso.
Uma das atrizes do elenco não queria atuar na novela e só aceitou contracenar quando foi ameaçada de demissão, a Carolina Ferraz.
Como em todas as novelas o roteiro sempre muda no meio da exibição, Ítala Nandi havia pedido ao autor uma licença para atuar em um filme e ele resolveu matar a sua personagem, Madeleine. Já Almir Sater saiu para protagonizar Ana Raio e Zé Trovão a novela sucessora de Pantanal.
Originalmente apresentada pela Rede Manchete entre 27 de março e 10 de dezembro de 1990 às 21h30. Foi reaprisada em duas ocasiões: às 19h30, de 17 de junho de 1991 a 18 de janeiro de 1992, e às 21h30 na íntegra, de 26 de outubro de 1998 a 14 de julho de 1999.
Esta segunda reprise tem uma particularidade interessante: entrou no ar em substituição à novela Brida, que acabou com os recursos da emissora. A Rede Manchete seria vendida pouco depois dessa reestreia de Pantanal, sendo assim essa reprise foi concluída pela Rede TV!
Mais tarde o SBT comprou as fitas da novela arrematadas no leilão da massa falida da Manchete e passou a reapresentar Pantanal às 22h desde o dia 9 de junho de 2008 à 13 de janeiro de 2009. A Rede Globo já anunciou que irá contestar a reprise, pois detém os direitos do texto, adquiridos do autor Benedito Ruy Barbosa.
A apresentadora Nani Venâncio, na época modelo, aparece nua se metamorfoseando em onça na abertura da novela.
ABERTURA ORIGINAL
COMPACTO DA NOVELA
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