sexta-feira, 2 de outubro de 2015

LEILA DINIZ.

Leila Roque Diniz nasceu em Niterói, no dia 25 de março de 1945.
Formou-se em magistério e foi ser professora do jardim de infância no subúrbio carioca. Aos dezessete anos, conheceu seu primeiro marido, o cineasta Domingos de Oliveira e casou-se com ele. O relacionamento durou apenas três anos. Foi nesse momento que surgiu a oportunidade de trabalhar como atriz. Primeiro estreou no teatro e logo depois passou a trabalhar na TV Globo, atuando em telenovelas. Mais tarde, casou-se com o cineasta moçambicano Ruy Guerra, com quem teve uma filha, Janaína. Participou, ao todo, de quatorze filmes, doze telenovelas e várias peças teatrais.
Leila Diniz quebrou tabus de uma época em que a repressão dominava o Brasil, em plena época de ditadura militar ela causou furor ao exibir a sua gravidez de biquini na praia. É de Leila a frase: Transo de manhã, de tarde e de noite.
Considerada uma mulher à frente de seu tempo, ousada e que detestava convenções, foi invejada e criticada pela sociedade conservadora das décadas de 1960 e 1970 e pelas feministas pois consideravam que ela estava a serviço dos homens.
Leila falava de sua vida pessoal sem nenhum tipo de vergonha ou constrangimento. Concedeu diversas entrevistas marcantes à imprensa, mas a que causou um grande furor no país foi a entrevista que deu ao jornal O Pasquim em 1969. Nessa entrevista, ela, a cada trecho, falava palavrões que eram substituídos por asteriscos, e ainda disse: Você pode muito bem amar uma pessoa e ir para cama com outra. Já aconteceu comigo.
O exemplar mais vendido do jornal foi justamente esse no qual foi publicada a entrevista da atriz fluminense. E foi também depois dessa publicação que foi instaurada a censura prévia à imprensa, mais conhecida como Decreto Leila Diniz. Perseguida pela polícia política, Leila se escondeu no sítio do colega de trabalho, o apresentador Flávio Cavalcanti, mas logo em seguida acabou se tornando jurada do programa dele na Rede Globo.
Como a Globo apoiava a ditadura, como forma de se manter na mídia, alegando razões morais, a emissora não renovou o contrato de atriz, pois ela era acusada de defender a militância de esquerda.
Janete Clair, na época era autora dramaturga da emissora, disse que não havia papel de prostituta em suas próximas telenovelas.
Leila reabilitou o teatro de revista e começou uma curta e bem sucedida carreira de vedete. No carnaval de 1971, foi eleita Rainha da Banda de Ipanema por Albino Pinheiro e seus companheiros.
Leila Diniz protagonizou o primeiro top lesse na praia de Ipanema, foi presa, mas processou a ditadura militar e ganhou a causa. Depois disso o ato foi liberado legalmente nas areias da praia.
Leila morreu num acidente aéreo, voo JAL471, da Japan Airlines, no dia 14 de junho de 1972, aos 27 anos, no auge da fama, quando voltava de uma viagem à Austrália.
A atriz Marieta Severo e o compositor e cantor Chico Buarque de Holanda, seus amigos, cuidaram da filha de Leila Diniz e Ruy Guerra, durante muito tempo, até o pai ter condições de assumir a filha, Janaína Diniz Guerra.

Um cunhado advogado se dirigiu a Nova Délhi, na Índia, local do desastre, para tratar dos restos mortais da atriz. Acabou encontrando um diário que continha diversas anotações e uma última frase, que provavelmente estava se referindo ao acidente: Está acontecendo alguma coisa muito es....
Leila Diniz, A Mulher de Ipanema, defensora do amor livre e do prazer sexual, é sempre lembrada como símbolo da revolução feminina, que rompeu conceitos e tabus por meio de suas ideias e atitudes.

HOMENAGEM À LEILA.

DANÇANDO AO SOM DE DALVA OLIVEIRA.

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