sexta-feira, 25 de novembro de 2011

AS FRENÉTICAS.

o compositor e produtor musical Nelson Motta inaugurou num shopping no bairro da Gávea, Rio de Janeiro, a discoteca Frenetic Dancing Days, que se tornou a febre das noites cariocas.
Para servir as poucas mesas no espaço ocupado por uma enorme pista de dança, Motta teve a idéia de contratar garçonetes que, vestidas de malhas colantes, com saltos altíssimos e maquiagem carregada, fariam o atendimento, mas com uma inovação: no meio da noite, subiriam de surpresa ao palco, cantariam três ou quatro músicas, antes de voltar a servir.
Sandra Pêra, que era cunhada de Motta, casado com sua irmã, a atriz Marília Pêra, se interessou pela colocação e trouxe para o grupo as amigas Regina Chaves, Leiloca e kidoka e, ainda, a cantora Dulcilene de Morais.
Edir de Castro completou o sexteto, indicada pelo DJ da discoteca que tinha participado do elenco do musical Hair.
Foi selecionado um repertório de cinco músicas e o grupo ensaiou com o músico Roberto de Carvalho, que então começava a namorar a roqueira Rita Lee. Mas o sucesso das Frenéticas, como foram chamadas para associá-las ao nome da discoteca, foi tão grande, que milhares de freqüentadores entusiasmados exigiam que elas cantassem cada vez mais.
Passaram a fazer shows de mais de uma hora e deixaram de ser garçonetes.
O público foi capturado por uma combinação inusitada de humor picante, erotismo nas roupas e na letra das músicas, ritmo contagiante e uma performance esfuziante no palco.
No seu primeiro sucesso, Perigosa, o refrão "dentro de mim" repetido inúmeras vezes entre gemidos lúbricos e gritinhos histéricos, deu o tom de suas apresentações.
Com o fechamento da Frenetic Dancing Days, passaram a apresentar-se no Teatro Rival, atraindo um público mais diversificado.
As Frenéticas foram as primeiras contratadas da gravadora Warner. No final dos anos 70 conseguiram o feito inédito de emplacar o tema de abertura de duas novelas da Rede Globo, Dancin'Days e Feijão Maravilha.
Em 1982, Sandra Pêra e Regina Chaves sairam do grupo e o quarteto remanescente assinou contrato com a gravadora Top Tape, mas o único álbum lançado por este selo não fez sucesso e o grupo se desfez em 1984.
No entanto, o sexteto voltou a se reunir em 1992 para gravar o tema de abertura da novela Perigosas Peruas, da Rede Globo, e duas músicas inéditas para uma coletânea de seus sucessos lançada em CD. Até então, a discografia do grupo era constituída apenas de LPs de vinil.
Outra coletânea em CD foi lançada em 1999. Em 1998 , por iniciativa de Lidoka, as Frenéticas voltaram com nova formação.
Do grupo original ficaram Lidoka, Edir e Dulcilene com uma particularidade: as três, aconselhadas por uma numeróloga, mudaram seus nomes artísticos respectivamente para Lidia Lagys, Edyr Duqui e Dhu Moraes.
As demais integrantes do grupo original não quiseram retornar.
Regina atuava como produtora do humorista Chico Anysio. Leiloca era astróloga e atriz. Sandra atuava como diretora de teatro.
Em seus lugares entraram Gabriela Pinheiro, Cláudia Borioni e Liane Maya.
Ao recusar o convite, Leiloca deixou registradas em seu sítio na Internet suas razôes: ela só participaria desta volta frenética, se houvesse uma infra-estrutura à altura, um show com um diretor bacana, um patrocinador, assessoria de imprensa... Ou seja, o básico.
As razões de Leiloca parecem ter se confirmado, o retorno das Frenéticas passou quase despercebido do grande público. Seu único disco gravado até agora só foi lançado três anos depois do retorno e não fez sucesso.
Os fãs continuam preferindo suas músicas antigas.
Para sobreviver, Edyr e Dhu têm que manter paralelamente suas carreiras como atrizes. Na TV Edyr atuou em novelas e viveu a escrava alforriada Ruth em Sinhá Moça. Dhu foi a Tia Nastácia do Sítio do Pica Pau Amarelo em 2000.
Em julho de 2006, para comemorar os 30 anos das Frenéticas, o grupo se apresentou em São Paulo.

ABRA SUAS ASAS.

PERIGOSAS PERUAS.

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