sexta-feira, 30 de setembro de 2016

RIACHO DOCE.

Exibida entre 31 de julho a 5 de outubro de 1990 em 40 capítulos.
Minissérie com imagens belíssimas, produzida e exibida em tempo recorde. Seu lançamento foi precipitado pela Rede Globo, oferecendo uma concorrência rápida ao sucesso da novela Pantanal da Rede Manchete.
Na época, a Globo apresentava a novela Rainha da Sucata que constantemente perdia no IBOPE para a Manchete. Pantanal abusava de cenas longas de natureza selvagem, diálogos lentos e muita música que estendia sem pressa os capítulos da trama. Riacho Doce usou as mesmas armas.
Trazer a obra de José Lins do Rego para a TV foi uma idéia de Aguinaldo Silva. Na verdade, ele não se lembrava bem da história, lida na infância, mas a sensualidade e a beleza literária eram emoções ainda muito fortes. Esses elementos foram preservados na adaptação.
O projeto Riacho Doce nasceu de um programa sobre Fernando de Noronha, exibido pelo Globo Repórter e assistido por Paulo Ubiratan. Deslumbrado com as imagens de fundo do mar, Paulo ousou e obteve belíssimas cenas que só enriquecem este "romance com pitadas de tragédia e aventura" como, na época da estréia, definiu a minissérie.
A aventura, é claro, fica por conta dos mergulhos e do fundo do mar. Quanto ao romance e a tragédia, decorrem da paixão de Nô (Carlos Alberto Riccelli) e Eduarda (Vera Fischer) e a proibição pela mística vó Manuela (Fernanda Montenegro).
A história começa com a chegada de Eduarda e Carlos a uma pequena cidade de pescadores onde Carlos tenta resgatar a carga de um navio naufragado. Trata-se de um trabalho misterioso e que provoca suspeitas na comunidade local liderada por vó Manuela, uma mulher poderosa e mística que prepara seu neto, Nô, para herdar seu poder. Para isto ela fechou seu corpo impedindo-o de amar qualquer mulher. Eduarda, porém desafia seus desígnios.
Mulher de horizontes mais amplos e que já enfrentou sérias crises existenciais, Eduarda percebe a luminosidade e a natureza desta cidade como uma nova oportunidade para refazer sua vida e desta nova vida, Nô fará parte, apesar de vó Manuela.
Riacho Doce mostra a paixão da Eduarda por toda aquela natureza através de sua sensualidade que é despertada ao chegar na cidade. E Nô simboliza tudo que ela procurava. Nô, aliás, desperta paixões em todas as mulheres da cidade, mas não se envolve com nenhuma. Até conhecer Eduarda.
Essa primeira atração desencadeia conflitos, Nô chega a odiar esta mulher que invadiu sua vida e fez com que ele sentisse emoções até então estranhas. Além disso, o marido de Eduarda, Carlos, e Silveira e Helena (Ewerton de Castro e Beth Goulart) também não entendem a forma com que Eduarda se integrou àquele pobre cotidiano. Percebendo todas essas questões, a sábia vó Manuela prevê fatos e reações porque conhece a natureza humana.
Apesar de não divulgado pela produção da minissérie, a praia de Carne de Vaca, em Goiana, Pernambuco divisa com a Paraiba, serviu de cenário para a vila de pescadores, e muitos moradores da praia foram figurantes da trama. Depois do fim das filmagens, pensou-se em mudar o nome da praia, de Carne de Vaca para Riacho Doce, mas parte da população não aceitou a idéia. 
Riacho Doce foi reapresentada entre 1º de abril e 10 de maio de 1991 na sessão Vale a Pena Ver de Novo, às 13h30, em 30 capítulos, e, no fim de tarde, entre 16 de fevereiro e 27 de março de 1998, às 17h00, com os mesmos 30 capítulos, na faixa de programação intitulada Tempo de Verão. Também foi lançada em vídeo nos anos 90, e em DVD, em 2007, em uma caixa de 5 discos.

ABERTURA.


EDUARDA E NÔ NADAM NAS ÁGUAS AZUIS DO RIACHO.

EDUARDA E NÔ. CENA DE AMOR.

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